Nos anos 70, Lídia Brondi liderou a lista das jovens atrizes que, misturando inocência e sensualidade, mexiam com o imaginário popular e ganhavam espaço nas novelas. Uma reportagem sobre a “nova safra das vamps-mirins” foi publicada pela “Veja”, de 3 de outubro de 1979.
O texto trouxe um perfil de Lídia Brondi, definida pela revista como “a ninfeta mais desejada do país”. Além de Lídia, outras jovens e promissoras atrizes citadas foram Maitê Proença, Glória Pires e Narjara Tureta, incluída na lista apesar da pouca idade (12 anos).
A matéria falava que Lídia Brondi estava pronta para se livrar do rótulo de ninfeta, amparada pela personagem polêmica e madura, a veterinária Renata, em “Os Gigantes”. Sua aposentadoria no posto de ninfeta, título conquistado graças ao seu “jeito tão inocente quanto provocante”, chegava aos 20 anos de idade.
Como apontou “Veja”, Renata era uma personagem que se envolvia com um homem mais velho, Fernando (Tarcísio Meira), tinha independência financeira, além de viver “encontros insinuantes” com Paloma (Dina Sfat), que “ameaçavam sugerir o primeiro casal feminino da televisão brasileira”.
O diretor da novela, Régis Cardoso, deu um depoimento em que analisava o perfil de Lídia. Ele disse:
“Lídia é um tipo de artista que possui uma auréola; quando começa a dizer o texto, já vem com toda a carga de interpretação necessária. Só tinha visto isso em Regina Duarte e Djanane Machado”.
A aposta em Lídia Brondi era alta. O superintendente geral da emissora à época, Boni, ordenou que o papel dela fosse ampliado em “Os Gigantes”. O canal ofereceu a ela um expressivo contrato de exclusividade por dois anos. Ela disse não.
E, mesmo sendo contratada da emissora, tinha personalidade para se posicionar sobre o fato de não querer ser uma artista exclusiva do canal. Sobre o fato de não assinar o contrato de exclusividade com a Globo, Lídia Brondi afirmou:
“Nem pensar. Na Globo eles usam os contratados para tudo, até te queimar bastante e depois dizer tchau, malandro”.
Outras qualidades de Lídia foram ressaltadas pela matéria. Dentre elas, a sua naturalidade em cena. A atriz, que vivia negando convites para aparecer nua, recusaria, naquele ano, o convite para um filme de Bruno Barreto e para posar numa revista masculina.
A matéria foi gentilmente enviada pelo Alperi Martins (assim como as duas fotos que ilustram o post). Para conferir o texto na íntegra, clique nas páginas abaixo.